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E o voto vai para…
Em 2002 votei pela primeira vez para presidente. Votei Lula, no primeiro e no segundo turnos. Uma das coisas que me levou a isso foi a Carta ao Povo Brasileiro. Entre outras coisas, essa carta se comprometia com o tripé econômico e dizia: “A estabilidade, o controle das contas públicas e da inflação são hoje um patrimônio de todos os brasileiros.”
E assim foi. No seu primeiro mandato, Lula intensificou a adesão ao tripé e puxou a meta de inflação para baixo, para os atuais 4,5%.
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PNBL: o governo devia começar por fazer o dever de casa
O papel do Estado O Brasil tem um fenômeno interessante. Nós tendemos a transformar qualquer discussão a respeito de uma política ou prática específica em discussão genérica a respeito de conceitos mais gerais, filosóficos, acadêmicos. Uma discussão a respeito de como avançar na disponibilidade, preço e qualidade da Internet no país acaba se tornando uma discussão a respeito do papel do Estado e não faltam teorias conspiratórias e pré-concepções a respeito dos modelos que podem ser adotados.
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Guia contra engabelação no discurso político: antes e depois
Uma estratégia muito utilizada para comparar desempenho de governos é avaliar a situação antes e depois do mandato. Com a mudança, ficaria fácil ver se o governo entregou uma situação melhor ou pior que o antecessor. Embora isso possa parecer fazer sentido, a verdade é que isso desconsidera um fator muito importante: o país pode estar numa trajetória de melhoria desde antes do mandato anterior. Comparar somente o estado nessas datas específicas desconsidera a mudança que foi feita pelo anterior.
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Quem a bancada evangélica apoia para presidente?
Numa discussão com um amigo sobre Marina argumentei que ela não tinha muita proximidade à bancada evangélica. Meu amigo disse: “Sua proximidade com a bancada é tão grande que todos indicam voto nela.”
Todos indicam voto nela? Opa, é o tipo de fato que pode ser facilmente checado! Derrubar esse argumento é muito fácil, na verdade, já que praticamente todos os maiores expoentes da bancada evangélica, tais como Garotinho, Marcelo Crivella e Eduardo Cunha são aliados de Dilma e estão fazendo campanha para a reeleição da presidenta.
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Um conto de dois recuos
Marina tem sido acusada de ter recuado na questão dos direitos LGBT. A justificativa dada pela candidata foi que o programa que foi publicado continha a contribuição original do setorial LGBT, que não tinha passado pelo debate interno. O programa então passou a representar, de acordo com a candidata, o que foi consensuado.
Eu não vejo por que não acreditar nessa justificativa por três razões. Em primeiro lugar, Marina já defendia desde 2010 o conteúdo que veio na correção, é só pesquisar.
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Marina é evangélica, logo conservadora?
Ouço muita gente dizer que Marina é evangélica e que isso é um problema em si mesmo. Um dos argumentos que invariavelmente aparece nesses debates é que Marina defendeu Feliciano. Acho que discutir essa afirmativa é uma forma razoavelmente boa de resumir a questão toda.O acontecimento que gerou essa afirmação foi um debate em que Marina foi questionada por um professor de Ciência Política sobre suas posições com relação ao Estado laico.
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Subsídios e os EUA como régua
Dilma, em discurso na CNI (a partir de 39:55), criticou de uma forma meio confusa quem critica a manutenção do preço da gasolina e do Petróleo abaixo do preço internacional fazendo uma comparação com a política dos EUA com relação ao gás natural. Ela disse:
Pra fazer a mesma coisa, sabe o que a gente tem que fazer, pra fazer a mesma coisa? Também tomar as mesmas medidas. O que não é possível é comparar coisas que tem medidas diferentes.
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A nova (SQN) ordem mundial
Logo depois da Copa do Mundo de 2014, os líderes dos governos do grupo de países que passaram a ser chamado de BRICS se reuniram em Fortaleza para fechar alguns acordos. Eles criaram um banco de desenvolvimento – tipo o BNDES – com o criativo nome de Novo Banco de Desenvolvimento (New Development Bank – NDB). O nome é esse mesmo. O banco tem capital inicial de 50 bilhões de dólares, 10 de cada membro, que pode crescer até 100 bilhões.
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Guia contra a engabelação no discurso político: competência constitucional
Agradeço a Laila Damascena pela revisão! Em posts anteriores eu tratei da falta de prioridades de investimento do governo federal em saneamento básico e mobilidade urbana. Mas imagino que alguém que leia esses posts fique com uma pulga atrás da orelha: por que o governo federal tem responsabilidade nessas questões?
De fato, enquanto eu escrevia esse post ouvi de diversas pessoas que a responsabilidade por mobilidade urbana é dos municípios, que é um dos itens em um post listando coisas que não se deve exigir do governo federal, junto com uma solução para dilemas como o da segurança pública e brutalidade policial.
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Guia contra engabelação no discurso político: o enigma do metrô de Belo Horizonte
Vem eleição, vai eleição, e o tema do metrô de Belo Horizonte continua complicado. Com a volta do tema à agenda de debates do Estado de Minas voltou à tona um mito criado no final da década dos anos 2000: de que o metrô não saía porque não havia projeto. Esse post tenta demonstrar que isso não passa de lorota pra engabelar desavisados.
Uma curta história O metrô de Belo Horizonte foi construído pelo Governo Federal décadas atrás e é administrado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que é subordinada ao Ministério das Cidades e também opera os metrôs de Salvador, Recife, Fortaleza, etc.