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Resenha: Brasil: A nova agenda social
No começo desse ano eu comprei um punhado de livros de política e economia que tinham saído havia uns poucos anos. Alguns deles organizados por Edmar Bacha, um dos mentores dos Planos Cruzado e Real. O primeiro que li foi Brasil: A nova agenda social, co-organizado por Simon Schwartzman e com textos de diversos figurões da área, como Samuel Pessoa e Fabio Giambiagi.
O livro, lançado em 2011 pela editora Livros Técnicos e Científicos, pode ser encontrado para leitura online no archive.
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Meta de inflação de 3% dá em 15% de desemprego?
Durante as eleições, a presidente Dilma Roussef disse num debate que os candidatos da oposição propunham reduzir a meta de inflação dos atuais 4,5% para 3% e que isso significaria 15% de desemprego. Antes disso, em maio, ela havia dito que uma meta de 3% geraria desemprego “lá pelos 8,5%, 9%, 10%, 11%, 12%. Por aí“.
Ignorando a falta de precisão que indica falta de amparo teórico sólido, de onde ela tirou isso?
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Entendendo o PIB
O PIB é o Produto Interno Bruto. É uma medida de tudo que se produz e se consome no país. As variáveis que são somadas para obter o tamanho do PIB são: consumo privado, consumo do governo, investimento e a diferença entre exportações e importações.
Quando olhamos quanto o tamanho do PIB mudou de um ano por outro, temos que levar em consideração o problema dos números absolutos, de que eu tratei num outro texto.
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Yay, the left won! Or did it?
I have been asked by a bunch of friends from outside of Brazil for my opinion regarding the recent elections we had in Brazil, and it is a bit complicated to explain it without some background, so I decided to write this piece providing a bit of history so that people can understand my opinion.
The elections this year were a rematch of our traditional polarization between the workers party (PT) and the social democracy party (PSDB), which has been going on since 1994.
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O governo precisa gastar menos do que recolhe?
É um debate que parece sem fim e que sofre com muita confusão, a começar por muita gente falar de dívida como se fosse déficit, por exemplo, ou vice versa. Antes de entrar na questão central, então, vamos definir esses dois conceitos.
Dívida é quando você toma um empréstimo. O governo pode tomar empréstimos de várias formas, mas o principal meio usado hoje em dia é a emissão de papéis que podem ser comprados por investidores, o famoso tesouro direto.
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Achei que você era de esquerda
Várias pessoas que me viram defender o voto em Aécio no segundo turno me disseram alguma variação de “achei que você fosse de esquerda”. E sou. Votei em Eduardo Jorge no primeiro turno, por ter na minha opinião o melhor conjunto de propostas e decidi, assim como ele, que o melhor candidato no segundo turno era Aécio. Se quiser conhecer minhas posições em detalhes, escrevi sobre aqui.
Uma das minhas missões nessa eleição foi tentar desfazer essa visão muito arraigada no discurso político do meu círculo de que o PSDB seria um partido de direita ou, pelo menos, à direita do PT o suficiente para que seja uma decisão óbvia votar no PT.
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Decifrando o voto em Dilma
Há várias razões compreensíveis para se votar em Dilma: mesmo que eu discorde delas ou da importância relativa, são motivos razoáveis. Já algumas justificativas para o voto, que listo abaixo, não me parecem fazer sentido.
O voto de agradecimento Essa justificativa geralmente envolve tecer algum elogio a conquistas que ocorreram principalmente desde 2003: o fato de que houve melhorias significativas vindas de governos do PT seria razão suficiente para dar mais 4 anos a Dilma.
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Guia contra a engabelação no discurso político: falsas dicotomias
O debate político brasileiro é assolado por uma triste realidade: a constante criação de falsas dicotomias. Dicotomia é o nome que se dá a duas ideias que são mutuamente excludentes. Não tem jeito de querer o chá quente e frio: é um ou outro.Tentam aplicar uma lógica similar ao debate sobre a meritocracia, por exemplo: quando alguém diz que usará da meritocracia, os opositores já começam a bradar. “É muito fácil falar em meritocracia quando se nasce em berço de ouro”, dizem.
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No que deu o diálogo com os hackers?
Publicado originalmente em janeiro de 2012, no Trezentos.
Mercadante sai do Ministério da Ciência e Tecnologia e vai para a educação. No meio do ano passado houve um grande burburinho em torno de um suposto diálogo do Ministério da Ciência e Tecnologia com os hackers.
Na época, comentei o seguinte num post do grande Pedro Abramovay no Observador Político:
“Soa muito como cooptação, mesmo, busca de apoio de um grupo, da mesma forma que Dilma fez durante a campanha: falando bem das iniciativas de cultura livre do Ministério da Cultura para assim que foi eleita colocar lá uma Ministra que quer desmontar tudo.
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Faz sentido comparar Bolsa Família e PROER?
Muito longe de ser uma bolsa banqueiro, o PROER foi o que permitiu responsabilizar os maus banqueiros pelos problemas que criaram.
__O grande legado da campanha petista nessas eleições será certamente a sanha em desconstruir seus adversários a qualquer custo. Quando a adversária era Marina, a desconstrução se pautava na criação de propostas fictícias a partir de interpretações desonestas das propostas da candidata, a famosa falácia do espantalho.
No caso do candidato do PSDB, Aécio Neves, a tática petista é comparar o governo FHC com os anos Lula e Dilma, mas nunca de forma equilibrada: sempre distorcendo, exagerando e ignorando o contexto, pintando um passado de malvadeza em estado puro, de contrariamento dos interesses da sociedade em favor de uns poucos abastados.